Em um pronunciamento feito em São Paulo na última quinta-feira (12), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, revelou que o governo está considerando a reintrodução do horário brasileiro de verão. O objetivo seria otimizar o uso da luz natural em vez da artificial, contribuindo para a redução do consumo de energia elétrica no país.

O horário de verão, que permite adiantar os relógios em uma hora durante a primavera e o verão, foi instituído pela primeira vez em 1931 e funcionou continuamente no Brasil até 2019. A medida foi então revogada devido a alegações de eficácia limitada na economia de energia.

Silveira enfatizou que qualquer decisão sobre o retorno do horário de verão deve ser cuidadosamente ponderada, sem ações apressadas. "Se necessário, não tenham dúvida de que consideraremos a reintrodução do horário de verão", afirmou o ministro.

Ele também anunciou que, na segunda-feira, solicitou ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e à Secretaria Nacional de Energia Elétrica que se reunam com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para desenvolver um plano de contingência para o verão de 2024/2025 e para o planejamento energético do próximo ano.

Silveira destacou que pesquisas mostram que o horário de verão pode trazer benefícios para vários setores econômicos, como turismo e serviços de alimentação. Ele também ressaltou que a economia gerada pela medida pode ajudar a reduzir a dependência de usinas térmicas durante os horários de pico de consumo, entre 18h e 21h.

O plano de contingência solicitado ao CMSE deve incluir informações detalhadas sobre as usinas térmicas, incluindo as de propriedade da Petrobras e do setor privado, e sobre as principais fontes de energia das usinas. O objetivo é garantir a estabilidade do setor elétrico com segurança energética.

O ministro observou que o aumento global das temperaturas tem levado a um aumento no consumo de energia. Dados recentes mostram que o Brasil alcançou um consumo recorde de 105 gigawatts em uma única tarde antes de setembro deste ano, comparado à média de 85 gigawatts, indicando uma crescente demanda por energia.

Silveira também destacou a importância da transição para uma economia verde, que busca alinhar desenvolvimento econômico com práticas sustentáveis e respeito às leis ambientais. Ele fez essas declarações durante um encontro com o ministro do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália, Gilberto Pichetto Fratin, que discutiu medidas para melhorar a qualidade dos serviços da Enel Distribuição São Paulo após recentes apagões.

Em resposta a questionamentos da Agência Brasil, o Ministério de Minas e Energia afirmou que qualquer decisão sobre o retorno do horário de verão será baseada em uma análise abrangente, considerando a geração de energia, índices pluviométricos e impactos econômicos, assegurando assim a segurança energética para todos os brasileiros.